sábado, 22 de maio de 2010

CONHEÇA - SE!

CONHECIMENTO


Wladimir Flávio Luiz Braga
Doutor em Ciências Jurídicas e Sociais
Professor de Deontologia Jurídica e Teoria Geral do Direito da Faculdade de Direito de Campos.
Membro da Ordem dos Advogados do Brasil - Conselho Seccional de Minas Gerais.


Nosso conhecimento é bastante limitado. Aquilo que sabemos, não sabemos em
profundidade e de forma absoluta. Daí concluirmos que a maior parte do nosso conhecimento é relativa e apenas provável, pois é ousado, embora possível, admitir uma certeza ou forma de conhecimento absoluta.

A tarefa de conhecer pode ser resumida na relação entre o sujeito cognoscente
(que busca o conhecimento) e o objeto conhecido (que se dá a conhecer). O conhecimento é produto de uma conjunção da atividade do sujeito com a manifestação de um objeto que de alguma forma lhe interessa. É uma reação do organismo a um estímulo conveniente.

Neste processo não podemos descartar que há certa apropriação do objeto pelo
sujeito, podendo, por vezes, este objeto fazer parte do sujeito ou confundir-se com ele próprio.

O conhecimento sensível ou sensorial, comum tanto aos homens quanto aos
animais, é fruto da atividade dos sentidos (ex.: percepção de cores, sons, imagens, lembranças, etc.).

O conhecimento intelectivo ou intelectual, atributo/privilégio dos homens, resulta da
capacidade de pensar, refletir, abstrair; na condição de construir conceitos, princípios, leis,teorias.

Pelo conhecimento o homem penetra as diversas áreas da realidade para dela
tomar posse, situando cada ente, fato ou fenômeno isolado dentro de um contexto mais amplo, em que se perceba seu significado e função, sua origem e estrutura fundamental.

O conhecimento humano se divide em quatro níveis ou formas, permitindo quatro
espécies de consideração sobre uma mesma realidade:

ASSISTEMÁTICO empírico (vulgar)
CONHECIMENTO científico
SISTEMÁTICO teológico
filosófico



Conheça- se!


Eu, tu, ele... seres em contrução!

Que bom que tenho consciência
Do ser que sou, fragmentado
Alguém sempre em construção
Imperfeito, incompleto, inacabado

Que bom que tenho consciência
Que o crescimento é parcelado
E que quanto mais eu aprendo
Nunca estou, por completo, "terminado"

Que bom que a mim é dado
A oportunidade de corrigir, de ser reciclado
De investir no que acho que está certo
E corrigir, tentar mudar o que está errado

Que bom que a mim é dado
A oportunidade de ser renovado!...

Mena Moreira


Fui Sabendo de Mim

Fui sabendo de mim
por aquilo que perdia

pedaços que saíram de mim
com o mistério de serem poucos
e valerem só quando os perdia

fui ficando
por umbrais
aquém do passo
que nunca ousei

eu vi
a árvore morta
e soube que mentia

Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"



Começo a Conhecer-me. Não Existo


Começo a conhecer-me. Não existo.
Sou o intervalo entre o que desejo ser e os outros me fizeram,
ou metade desse intervalo, porque também há vida ...
Sou isso, enfim ...

Apague a luz, feche a porta e deixe de ter barulhos de chinelos no corredor.
Fique eu no quarto só com o grande sossego de mim mesmo.
É um universo barato.

Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa

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